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O Madrid conquista a Décima Primeira com um cesto mágico de Llull

CRÓNICA. 21/05/2023. Edu Bueno (Kaunas). Fotógrafo: Víctor Carretero

A nossa equipa venceu o Olympiacos num jogo épico em Kaunas, decidido pelo capitão a três segundos do fim, e sagrou-se campeã da Euroliga.

O Real Madrid alcança a glória em Kaunas e aumenta ainda mais a sua lenda, ao sagrar-se campeão europeu pela décima primeira vez na sua história, a terceira em oito anos (2015, 2018 e 2023). Ganhou ao Olympiacos, tal como já tinha acontecido em 1995 em Saragoça e em 2015 em Madrid, numa final inesquecível e na qual os jogadores voltaram a realizar mais um feito e a superarem-se. Na Zalgirio Arena, a nossa equipa recuperou primeiro de 12 pontos antes do intervalo e depois, com sete de desvantagem aos 35 minutos, voltou a levantar-se, fiel ao seu DNA, e virou um jogo muito difícil. Fê-lo em grande estilo, com um cesto mágico de Llull a 3,1 segundos do fim, salvando aos 2,18 um de Fall com a sua parábola, que nos levou ao título numa época heróica. O magistral Sergio Rodríguez, com 8 dos seus 15 pontos nos últimos 5 minutos (somou 9 assistências para uma valorização de 23), e, claro, Tavares MVP da Final Four com mais um duplo-duplo (13 pontos e 10 ressaltos) .

O maior desafio ainda estava para vir. Havia que continuar a enfrentar não só um rival como o Olympiacos, mas também uma Zalgirio Arena que parecia o Piréu, graças aos milhares de adeptos que povoavam as bancadas. Mas o Madrid defendeu a raça por conta própria. Já havia mostrado o caminho em Belgrado e repetiu-o no dia indicado. A batalha final, que começou cinco minutos atrasada devido a um problema no marcador electrónico, arrancou com as duas equipas a estudarem-se. Com a igualdade a nove, foi o Olympiacos quem tomou a iniciativa graças ao acerto nos lançamentos de três pontos. Como aconteceu nas meias-finais, o Real Madrid venceu o jogo nos ressaltos e fechando bem o caminho para a sua tabela, mas a equipa grega estava melhor, especialmente nos triplos e dominou o primeiro quarto. Entre Canaan, Vezenkov e Papanikolaou somaram os 24 pontos para a equipa, que tinha 12 de vantagem aos 9' (24-12).

Grande reacção madridista
O Madrid manteve o foco sob um ambiente adverso. Mas a união, mais do que nunca, fez a força. Tavares mantinha a equipa e na luta com o rival grego, com 5 pontos e 5 ressaltos. Chus Mateo foi ao banco para mexer com o jogo e recorreu à velha guarda e esta não a desiludiu. Com Sergio Rodríguez ao comando (5 pontos e 6 assistências) a nossa equipa melhorou no ataque e começou a fazer estragos desde o perímetro com seis triplos no segundo quarto. Causeur, Musa, Rudy e, acima de todos, Hezonja, que terminara o primeiro quarto com 12 pontos, abriram o parcial, que primeiro foi de 19-5 em cinco minutos para subir até aos 29-31 (min. 14), que chegou depois a um 33-16, aos 18', seguindo-se a diferença máxima (40-45, min. 28). Mas se não fosse Mckissic (10 pontos), teríamos chegado na frente ao intervalo (45-45).

vídeo.78-79: O Madrid conquista a Décima Primeira com um cesto mágico de Llull

No reinício, a tensão aumentou consideravelmente e repercutiu-se em cerca de 10 minutos menos produtivos no ataque. As precipitações surgiram de ambos os lados, mas o Olympiacos aproveitou melhor os nossos erros para conseguir um parcial de 18-14 no terceiro quarto e enfrentar o último com 63-59 a seu favor, depois de Rudy ter visto o aro devolver uma bola que valia três pontos no último segundo.

O infortúnio desse lance, que nos poderia ter colocado a um ponto, transformou-se em +7 para os gregos aos 32'. Mas se alguém acreditou que o Madrid ia desistir, enganou-se. Não está no nosso DNA. A equipa não tinha chegado tão longe com tanto esforço para nada. Nem mesmo com várias decisões da arbitragem pouco compreensíveis nos últimos dois minutos iriam tirá-la do jogo. Mentalidade de ferroe resposta à campeão no pior cenário possível. Causeur deu um passo em frente e os seus dois triplos impediram o Olympiacos de assumir a liderança. A cinco minutos do fim, perdíamos por 74-67 após uma cesto de três pontos de Vezenkov.

A Euroliga dos veteranos
Mas Sergio Rodríguez já havia decidido que este era a sua Final Four. Com oito pontos quase seguidos, deu a vantagem de 78-77 a faltarem 45 segundos para o fim. Na jogada seguinte, a equipa defendeu bem e recuperou a bola. O nosso capitão, Sergio Llull, pediu a bola. Era para ele. Arriscou e com um lançamento impossível, que voava perto do tecto do pavilhão para evitar a imensidão dos braços de Fall, fez o cesto da vitória, o da Décima Primeira, a 3,1 segundos do final, silenciando a Zalgirio Arena (78-79, min. 40). Nenhuma outra equipa conquistou tantas Euroligas nos últimos oito anos como a nossa. Impressionante. Nesta temporada, já somamos dois títulos com a Supertaça Endesa. Além disso, estamos saímos de Kaunas também como campeões europeus de juniores.

ESTATÍSTICAS DO OLYMPIACOS-REAL MADRID

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