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Xabi Alonso: "É uma partida importante para a classificação"

"Vamos tentar manter esse nível de intensidade e de qualidade no jogo coletivo, que nos permitiu alcançar um bom desempenho para vencer partidas", afirmou o nosso treinador.

Xabi Alonso: "É uma partida importante para a classificação"
NOTÍCIAAlberto NavarroRepórter Fotográfico: Antonio Villalba y David S. Bustamante (Atenas)

Xabi Alonso concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do estádio Georgios Karaiskakis e analisou o duelo contra o Olympiacos, válido pela quinta rodada da fase de grupos da Champions League (quarta-feira, 21h [17h, horário de Brasília]): "Precisamos fazer uma boa partida e, depois dos últimos jogos, voltar a sentir o gosto da vitória. Para isso, temos que jogar bem, com concentração, e entender que é um jogo importante para a classificação. Mesmo estando com 9 pontos, queremos somar mais. Após o jogo em Liverpool e as duas partidas seguintes na LaLiga, queremos um resultado diferente amanhã."

"Não acompanho o Olympiacos apenas porque sabíamos que iríamos enfrentá-los na Champions, mas também porque tenho muito carinho pessoal pelo Mendilibar e pelo Darko Kovacevic. Sei o que eles conquistaram na Conference e o que fizeram no ano passado. Mendilibar é um grande treinador, alguém que propõe um futebol muito intenso. Ele conseguiu implementar isso no Olympiacos e está recebendo o reconhecimento que também teve no Eibar e em outros clubes. Fico muito feliz por ele estar vivendo isso aqui."

Ele sabe que o Real Madrid nunca venceu na Grécia?
"Falamos sobre isso. Tomara que possamos vencer amanhã. Para tudo existe uma primeira vez."

Preocupa que a equipe ainda não assimile totalmente o que você quer implementar?
"É um processo. Toda mudança exige um processo e não acontece de imediato. Se olharmos para os três últimos jogos, há coisas que não me agradaram. Conversamos e analisamos, mas, se olharmos um pouco mais atrás, também tivemos bons momentos e fizemos coisas muito positivas. A ideia é tentar resgatar aquela intensidade, a qualidade do jogo coletivo e o conceito de equipe que nos deram um bom nível para ganhar partidas. Não fomos constantes em algumas fases do jogo, com e sem a bola, e por isso tivemos partidas ruins. Agora, o foco é amanhã. O que conversamos está muito claro e não muda tanto de jogo para jogo, mas é futebol, às vezes as coisas funcionam melhor. As reações dentro do campo fazem parte do momento e refletem as sensações dos jogadores. Eu entendo, porque já senti isso. Não é nada realmente importante. O que importa é o que debatemos e analisamos internamente, e estamos todos de acordo sobre o que queremos."

Gerir egos
"É tão importante quanto a ideia de jogo, a tática e o trabalho físico. É preciso tirar o melhor de cada jogador e fazer com que todos se sintam o melhor possível. É um processo com diferentes fases, e é preciso saber conduzi-las bem. Isso é fundamental no Real Madrid e em qualquer equipe."

"Todas as experiências ajudam. Ter convivido com grandes jogadores que tinham essa ambição, tanto coletiva quanto individual, de querer fazer as coisas bem, também ajuda neste momento. O ambiente, o que acontece no dia a dia e o instinto que você desenvolve dentro de um vestiário não são assim tão diferentes."

Seis meses como treinador do Real Madrid
"Está sendo exatamente o que eu esperava. Um trabalho muito exigente, com momentos bons e outros em que você precisa de concentração e conexão. Momentos em que é preciso reagir, e agora estamos em um deles. Estou aproveitando tudo, com todo o pacote que isso significa. É um orgulho e um privilégio, como disse no primeiro dia e continuo dizendo."

"É exigente, claro, mas tenho certeza de que não sou o primeiro treinador do Real Madrid a ter de lidar com situações assim. Penso muito em como CarloMou ou Pellegrini encarariam isso, porque não são situações novas e é preciso saber conviver com elas. Temos a exigência e a autocrítica necessárias. Não estamos satisfeitos com os últimos jogos. Também olhamos para o momento em que estamos, tanto na LaLiga quanto na Champions, e para onde queremos ir. Considerando tudo isso, estou aproveitando."

É difícil conviver com os jogadores?
"Convivi por muito tempo com grandes jogadores e grandes personalidades que são exigentes, profissionais e sempre querem o melhor. Essas reações fazem parte, são normais, e é isso que os torna tão bons. Essa é a sorte de estar no Real Madrid: você trabalha com jogadores desse nível e precisa estar conectado com eles."

"Os jogadores são sempre os mais importantes em qualquer equipe. Nós temos um papel fundamental na preparação e na tomada de decisões, mas o decisivo é a qualidade, a atitude e o quanto eles estão bem preparados. Sempre vai depender deles. Nós os acompanhamos e precisamos estar ao lado deles."

Os jogadores têm o poder de “derrubar” um treinador?
"É preciso ter muito respeito pelos jogadores, pelo grupo e pela forma como se preparam. Não quero e não vou falar sobre isso porque sei como é um vestiário, os momentos que você precisa atravessar e a convivência com o barulho externo. Tentamos conversar, tentamos gerir isso, porque são situações que aparecem no clube, mas não podem nos tirar do foco do que realmente importa. Podemos controlar como treinamos, como trabalhamos, como nos relacionamos e como atravessamos esses momentos de resultados que não são os desejados. Sabemos as consequências, mas não podemos sair do caminho que queremos seguir."

Surpreende que seu cargo esteja sendo questionado?
"Imagino que esta não seja a primeira vez que você faz essa pergunta, mas sabemos o momento em que estamos e a situação tanto na LaLiga quanto na Champions. O que me preocupa é o que acontece em Valdebebas, o jogo de amanhã, a preparação com os jogadores. O resto não recebe muita atenção da minha parte. Não completamos nem 100 dias e tudo isso vai continuar evoluindo: no nível individual, coletivo, pessoal e futebolístico. Ainda temos um caminho longo pela frente. Às vezes a linha é reta, em outras é uma curva, como esses três resultados que não esperávamos. Somos conscientes disso e autocríticos. Amanhã temos outra oportunidade e é aí que está o foco."

Recebeu alguma mensagem de apoio do presidente?
"Não é necessário. Conversei hoje de manhã com o presidente e falo frequentemente com o José Ángel. O dia a dia já nos mantém em comunicação e hoje falei com o presidente pela manhã."