Xabi Alonso: "O time se doou muito em campo"
"Para mim era cartão amarelo para o Huijsen. O Militão estava perto, a bola não estava controlada e ainda faltavam 40 metros", destacou o técnico sobre o lance da expulsão.
Xabi Alonso falou com a imprensa em Anoeta após a vitória do Real Madrid sobre a Real Sociedad. O técnico começou comentando o lance da expulsão de Huijsen: "Para mim era cartão amarelo. O Militão estava perto, a bola não estava controlada e ainda faltavam 40 metros. É a minha interpretação. O árbitro teve outra e o VAR deve ter tido também, mas eu vi a repetição e não mudo de opinião. Perguntei a ele, me deu a explicação, mas não me convenceu muito. Deixamos por aí".
"A partir daí, evidentemente o contexto do jogo mudou totalmente. Tivemos que jogar praticamente 60 minutos com 10 jogadores. Até então, tínhamos criado chances para ampliar. Depois, o 0-2 foi muito importante, nos deu aquela margem no segundo tempo, em que sabíamos que precisaríamos segurar o resultado. Talvez tenha faltado alguma saída a mais, mas no geral o time soube se sacrificar. O time se doou muito em campo e vencer em Anoeta sempre é difícil, hoje ainda mais."
Gostam ou não que haja mais ou menos intervenções do VAR?
"Quando há erros claros, eu gosto que o VAR intervenha. Quando não, entendo que não tem que participar. Não quero que a coletiva seja só sobre arbitragem. Já falei da expulsão, deixei claro e agora é seguir em frente."
Poderia ter mudado o rumo da partida?
"Condicionou muito o jogo. Ter que jogar tantos minutos, segurar o resultado e ainda marcar o gol... No segundo tempo tivemos que nos fechar mais, jogar com a linha baixa e sair menos. É uma situação normal porque a Real estava pressionando muito e cruzando bastante. Depois, o pênalti não deixa dúvidas, claro. É uma situação que te condiciona bastante, mas também é preciso saber jogar com 10. Isso acontece ao longo da temporada. Houve um momento no segundo tempo em que nos desorganizamos um pouco e recuamos demais, mas ajustamos bem. As substituições também entraram bem e é uma notícia muito positiva o espírito coletivo com que estamos jogando."
Huijsen
"Ele estava aliviado. Chateado, mas aliviado pela vitória da equipe. São lances evitáveis, porque ainda havia muitos metros. O Oyarzabal não tinha o controle da bola, ela estava quicando, e dava para evitar o gesto. A falta não tem dúvida, mas o gesto poderia ter sido evitado."
Protagonismo de jogadores menos habituais
"Todos contribuíram e todos estão preparados, como o Alaba. Jogou cinco minutos, mas jogou muito bem, assim como Fran e Raúl. Vamos precisar de todos. Enfrentamos um período com muitos jogos. Espero que não haja lesões e que todos possam participar, porque isso é importante para sermos competitivos e consistentes no rendimento."
Explicações do árbitro
"Ele me deu a interpretação dele, mas não me convenceu muito, então ficou por isso mesmo. Na semana passada aconteceu o mesmo com o lance do Güler. Sempre com respeito, mas buscando ver se as explicações me convenciam."
Quatro vitórias em quatro jogos
"São quatro, mas seguimos em frente. Ainda falta muito e não podemos dar nada como certo, mas estamos contentes. Há margem para melhorar, para continuar construindo coisas que nos deem rendimento estável ao longo da temporada. Está claro que os resultados ajudam. A avaliação, jogando tanto tempo com um a menos, é que tivemos fases boas, fases em que soubemos sofrer um pouco mais e também soubemos corrigir. O time se doou muito e soube se sacrificar pelo coletivo."
Lesão de Rüdiger e a base
"Olho bastante para a base porque está muito próxima de nós, falo com o Arbeloa e eles sobem frequentemente para treinar conosco. Mas também temos jogadores no elenco que podem suprir essa posição, como Asencio, David, Aurelien e até o Álvaro (Carreras) poderia jogar. Se for preciso, claro que temos um olho na base. Uma pena a situação do Rüdiger. Não sei por que falei sobre isso ontem e, no treino, ele acabou se machucando. Acho que é melhor eu não falar mais."
Como você viu a Real e o que achou da homenagem a Toshack?
"Assisti a todos os jogos da Real e eles já deveriam ter mais pontos na tabela. O time é muito bom, os jogadores têm grande qualidade e o Sergio é muito capacitado. Ele tem boa mão, é um ótimo treinador e tenho certeza de que a Real vai crescer. As vitórias vão chegar mais cedo ou mais tarde. Quanto à homenagem, foi emocionante pelo que o Toshack significa, pelo que deu à Real, pelo personagem e pelo carisma que tem. Para mim é especial porque foi o primeiro treinador a confiar em mim como jogador em Anoeta."