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Florentino Pérez, sobre a proposta de reforma estatutária: "Queremos que os 100 mil sócios sejam, de forma ativa, os guardiões do nosso patrimônio"

Após as votações, o presidente falou sobre a proposta que será apresentada em uma assembleia extraordinária nas próximas semanas.

Florentino Pérez, sobre a proposta de reforma estatutária: "Queremos que os 100 mil sócios sejam, de forma ativa, os guardiões do nosso patrimônio"
NOTÍCIA

Durante a Assembleia Geral Ordinária de Sócios Representantes de 2025, e já aprovados praticamente por unanimidade as contas do exercício 2024/25, o orçamento de 2025/26 e as quotas sociais para 2026/27, o presidente Florentino Pérez voltou a falar e comentou a proposta de reforma estatutária que será submetida à consideração dos sócios nas próximas semanas: "Como já lhes adiantei, antes de encerrar esta Assembleia quero dedicar algumas breves palavras à proposta de reforma estatutária que apresentaremos para a sua consideração nos próximos dias. Primeiro, pela sua importância e relevância, ela será levada a uma assembleia extraordinária de sócios representantes. E, posteriormente, sempre com o apoio de vocês, convocaremos um referendo para que todos os sócios possam se pronunciar".

"Antes, quero dizer que li coisas absurdas. Que eu deixaria a presidência do Real Madrid dentro de um ano. Que eu quero ficar com o clube. Ou que o clube passaria a ser propriedade de uma Fundação, o que seria o mesmo que tirá-lo de seus donos, os sócios. Ou que essa reforma custaria dinheiro aos sócios. Ou que estamos fazendo isso porque precisamos de dinheiro. Quando todo mundo sabe que somos o clube mais rico do mundo e que o que queremos é continuar sendo e defender o nosso patrimônio. Um completo disparate".

União
"Também li que a Junta Diretiva estaria dividida em relação a essa reforma. Posso assegurar que todos os membros desta Junta, de forma unânime, apoiamos a reforma porque sempre fomos unidos e porque estamos plenamente conscientes das ameaças que enfrentamos."

"Cheguei a ler que ela seria aprovada sem referendo, quando eu já havia anunciado nesta assembleia, há um ano, que isso nunca aconteceria. Muitas mentiras, sempre com a mesma origem e a mesma intenção. Mas nada que vocês não saibam ou que possa surpreender. Esses ataques não passam de uma tentativa infantil de desestabilizar o clube, tratando os sócios como ingênuos."


Blindar o clube e fortalecer seu valor
"Primeiro, é importante que todos estejamos convencidos de que o nosso modelo associativo, formado por 100 mil sócios unidos por uma tradição, é justamente a fórmula de sucesso que nos trouxe até aqui. Acredito firmemente que a nossa estrutura associativa deve ser preservada e reforçada para o futuro com uma reforma dos estatutos. Por que queremos reformar os estatutos do clube e em que consiste essa reforma?"

"Serei breve, porque este não é um tema para discutirmos hoje, como se fosse apenas mais um ponto desta assembleia ordinária. Este assunto merece ser explicado em uma assembleia extraordinária, que realizaremos o quanto antes. E os motivos da reforma são essencialmente dois: blindar o clube de ataques externos e internos contra o nosso patrimônio, e reforçar o seu valor para que todos tenhamos plena consciência do tesouro que está nas mãos dos sócios."

"Há anos venho explicando que o clube tem inimigos que querem se apropriar do nosso patrimônio, como já aconteceu em outros clubes. A nossa força econômica e institucional, baseada na união de todos nós, os sócios, é um obstáculo para esses planos. E é por isso que lidamos constantemente com ataques."

Os sócios são os donos do clube
"Pois bem, receio que muitos dos sócios do Real Madrid nem sequer tenham consciência de que são os donos econômicos do clube. Talvez porque, quando assumi em 2000, o clube estava em situação de falência técnica. E cada vez que sofremos um ataque, como os que acabo de mencionar, não é apenas o Real Madrid que é atingido, somos nós, os 100 mil sócios, que sofremos esse impacto. Precisamos ter clareza de que todos somos os donos do Real Madrid. E, com esta reforma, seremos ainda mais."

"Para isso, vou propor que os 100 mil sócios atuais também sejam reconhecidos como os verdadeiros proprietários do clube, e que o número de sócios seja definido para o futuro. Com esse mecanismo de proteção, ninguém poderá diluir a nossa condição de proprietários nem alterar o equilíbrio que garante a independência e a estabilidade do Real Madrid. Seremos nós, os sócios de hoje, os responsáveis por preservar nossa cultura de valores e garantir que o clube continue liderando o futebol mundial por muitas gerações."

O valor tangível de ser sócio
"Nesse contexto, um novo sócio poderá ser incorporado quando houver uma vaga por falecimento, sempre dando prioridade aos filhos e descendentes de sócios, preservando assim a tradição familiar e o espírito que tornou o nosso clube tão grande. Todos os sócios atuais manterão integralmente os seus direitos e, além disso, terão novos direitos econômicos que hoje não existem. Com os estatutos atuais, quando falecemos, não deixamos nenhum direito econômico aos nossos herdeiros."

"Ter a carteirinha de sócio do Real Madrid deixará de ser apenas uma questão sentimental: também terá um valor tangível e real. E, naturalmente, manteremos a nossa atual estrutura associativa: a nossa assembleia de sócios representantes, com as suas competências, e o nosso sistema de eleição de presidente e Junta Diretiva. O nosso sistema atual de abonos também seguirá exatamente igual."


Os guardiões do nosso patrimônio
"Queremos que a nossa estrutura histórica sobreviva aos desafios do futuro, e precisamos mais do que nunca que os 100 mil sócios sejam, de forma ativa, os guardiões do nosso patrimônio. Ao longo destes meses, refleti profundamente sobre como reforçar ainda mais o nosso sentimento de propriedade coletiva e como tornar visível, de maneira inequívoca, o valor do Real Madrid. E a conclusão é clara: continuaremos sendo um clube de sócios, mas devemos criar uma subsidiária em que os 100 mil sócios do Real Madrid mantenham sempre o controle absoluto. Com essa base, essa subsidiária poderia incorporar apenas uma participação minoritária, por exemplo, de 5%, nunca superior a 10%, de um ou vários investidores comprometidos a muito longo prazo e dispostos a aportar recursos próprios."

"Por que dar esse passo? Porque é a forma mais clara e mais contundente de valorizar o nosso clube. O fato de alguém estar disposto a investir cifras muito significativas por uma participação simbólica é a maior demonstração do valor do Real Madrid. E, ao mesmo tempo, uma participação tão limitada garante que o controle, a gestão e a essência do clube permaneçam sempre nas mãos dos sócios, dos nossos representantes e da nossa Junta Diretiva."


Respeitar nossos valores

"Esse investidor, ou esses investidores, deverão respeitar os nossos valores, contribuir para o crescimento do clube e nos ajudar a blindar o nosso patrimônio contra ataques externos. E, caso queiram transferir a sua participação, o Real Madrid terá sempre o direito de recuperá-la. Em resumo, será um aliado estratégico, nunca um proprietário."

"Esse passo significa garantir que a nossa história permaneça viva nos próximos cem anos. Assim como, no ano 2000, iniciamos uma reforma no clube que nos permitiu passar de uma situação muito delicada à liderança mundial, hoje precisamos iniciar uma nova etapa que nos consolide como o clube mais valioso, influente e admirado do século XXI."

"E, sobretudo, o clube não pode, sob nenhuma circunstância, cair nas mãos de ninguém. Temos um tesouro nas mãos e a nossa responsabilidade coletiva é preservá-lo enquanto mantemos os nossos valores. Com esse passo, bem estruturado, transparente e submetido à decisão livre de todos os sócios por meio de referendo, continuaremos sendo aquilo que sempre fomos: o melhor clube do mundo e o exemplo que todos querem seguir."